A d'Orfeu AC Vida Selvagem | Entrevistas Doc ART&TUR 2021

Com 25 anos de atividade, a d’Orfeu AC tem seguido um percurso bem-sucedido de intensa produção artística e cultural, com diversos impactos a nível local, regional, nacional e internacional.

Integrado na secção documental de 2021 da ART&TUR, o doc “d’Orfeu AC Vida Selvagem”, celebra os 25 anos da associação, com memórias de toda a sua comunidade, apresentando-a também a novos públicos.

Nesta entrevista, a Coordenadora Executiva, responsável de Multimédia e Comunicação da D’Orfeu, e também diretora do filme, Ana Filipa Flores, traça, nomeadamente, a história e atividades da associação, a motivação por detrás do filme, os desafios enfrentados ao mesmo tempo e a sua contribuição interna e externa.

Qual a história da Associação e a que se dedica?

A: A d’Orfeu é uma associação cultural que iniciou atividade em 1995, na cidade Águeda, com o objetivo de dinamizar atividades culturais através da música e da sua relação com todas as outras formas de expressão. Nos primeiros anos dinamizou energicamente a formação das músicas tradicionais, rurais e urbanas. Nos anos seguintes, depositou atenção na produção e criação de vários festivais e espetáculos musico-teatrais.

Atualmente, a d’Orfeu organiza cinco eventos anuais: Festival i! – artes para público infantil e familiar; Festim – festival intermunicipal de músicas do mundo; Festival O Gesto Orelhudo; OuTonalidades – circuito português de música ao vivo; e Congresso de Bastidores. A associação tem 10 criações músico-teatrais em cena e é também uma escola – a Escola de Palco, com cerca de 30 alunos de Música, Teatro e Palco.

Qual a motivação para a realização do filme?

A: A 4 de dezembro de 2020 assinalavam-se os 25 anos d’Orfeu AC. Desde 2019 que toda equipa estava a trabalhar num grande espetáculo, que iria reunir toda a família d’Orfeu numa viagem, contada e cantada, por estes 25 anos de intensa atividade. O documentário “d’Orfeu AC Vida Selvagem” iria integrar esse espetáculo, repartido em cinco partes. Desde sempre que a d’Orfeu regista os seus momentos em vídeo e áudio, mas nunca se tinha feito uma compilação cronológica de todas estas imagens.

Quais os principais desafios encontrados na realização do mesmo?

A: Devido à pandemia, toda a equipa d’Orfeu viu-se forçada a estar em teletrabalho nos primeiros meses do ano 2020. Este facto, a meio de um processo de recolha e pesquisa de imagens/sons, veio dificultar imenso toda a fase de produção do documentário. Obrigou a levar para casa os discos externos, os DVD’s e as VHS. Todo o trabalho de seleção de conteúdo teve ser feito fora da d’Orfeu.

Converter VHS e DVD’s, nestas condições, também não foi tarefa fácil. Ainda assim, a parte mais desafiante foi escolher os 30 minutos de imagens, perante a enorme quantidade de material que a d’Orfeu tem. O texto do documentário foi feito à medida para a voz de Eduardo Rêgo, e as imagens tinham de estabelecer uma ligação muito forte com o que estava a ser narrado. Como qualquer trabalho, a realização desde documentário teve de ultrapassar várias dificuldades, mas foi um excelente desafio para toda a equipa envolvida.

O resultado final vai ao encontro das vossas expectativas?

A: Sinceramente, o resultado final ultrapassou as nossas expetativas. Quando começámos a trabalhar no documentário, estávamos com receio de não conseguir conciliar as imagens com o texto de forma tão fluída. Mas, à medida que a montagem era feita, fomos ficando cada vez mais satisfeitos com o que estava a nascer. No final, ouvir a voz de Eduardo Rêgo a narrar a nossa história, foi indescritível.

Qual considera ser o contributo do filme para a atividade da Associação?

A: Quem não conhecia a d’Orfeu não tinha, até aqui, forma de descobrir toda a história da associação, sem ser pelo que estava já escrito. “d’Orfeu AC Vida Selvagem” retrata 25 anos de cultura, 25 anos de autêntica vida selvagem, a lutar por mais e melhores condições para os artistas e profissionais das artes, nunca esquecendo de surpreender o público todos os anos. Uma homenagem a todos os que fizeram a história da d’Orfeu, mas também a todos os que fazem a cultura todos os dias. Desta forma, a d’Orfeu tem agora um documentário sobre a sua história para poder partilhar com o seu público ou com quem só agora se cruza com o seu percurso, a nível nacional ou internacional.

Qual considera ser o contributo do filme para o panorama cultural nacional?

A: Existem centenas e centenas de associações culturais em Portugal. Este documentário retrata a vivência de apenas uma delas, a d’Orfeu AC. No entanto, serão muitas as entidades que se vão identificar com o trabalho da d’Orfeu e as dificuldades com que se depara no dia-a-dia. A mensagem aqui serve de alerta para o estado da cultura em Portugal, mostrando como, com tão pouco, se tem feito tanto. Um alerta para o que ainda falta evoluir no reconhecimento destas associações. Um alerta para o quão urgente é investir-se na cultura e nos seus profissionais.

Qual considera ser a importância de participar num festival como o ART&TUR?

A: O ART&TUR faz um trabalho exímio na divulgação das produções audiovisuais de turismo, dando valor não só aos trabalhos realizados como também aos seus criadores. Poder partilhar o documentário neste Festival, significa dá-lo a conhecer a toda a Região Centro e aos participantes do fórum, sejam eles público em geral ou representantes de organizações oficiais de turismo, profissionais de marketing, influenciadores, cineastas, diretores criativos, jornalistas internacionais ou representantes dos media. Uma excelente oportunidade de apresentar a d’Orfeu AC e o seu trabalho a mais pessoas!

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