Em sua opinião, qual é o papel da comunicação audiovisual no contexto do turismo?
Creio não haver dúvidas de que a comunicação audovisual é importantíssima para a promoção turística, especialmente se encarada como um complemento a todas as outras formas de comunicar um destino, serviço ou unidade hoteleira ao público.
Em termos concretos, uma das grandes mais-valias da comunicação audiovisual é o enorme potencial para transmitir mensagens mais emotivas, criando empatia e laços emocionais fortes e duradouros com os potenciais visitantes.
Em suma, um bom filme turístico pode ter um impacto brutal num destino, não apenas para atrair mais visitantes – com o respectivo impacto económico -, mas também para incentivar comportamentos mais responsáveis, de respeito pela Natureza e diminuição da pegada ecológica que a atividade turística sempre implica.
Como poderá o Festival ART&TUR contribuir para aumentar a sustentabilidade e a resiliência do turismo?
Tal como os outros festivais da rede CIFFT, o Art&Tur é uma competição, pelo que, ainda que indiretamente, pode contribuir para elevar a qualidade dos filmes de turismo produzidos, ajudando dessa forma os destinos e operadores ligados ao turismo a comunicarem melhor em tempos de grande incerteza e dificuldades.
O reconhecimento dado pela edição de 2020 a filmes como “A Vida é Agora”, do Turismo Centro de Portugal, é o exemplo perfeito de como o Art&Tur pode potenciar o alcance e notoriedade pública de campanhas bem conseguidas e criadas para incentivar essa mesma resiliência.
Há quantos anos colabora com o ART&TUR e quais os pontos que destaca dessa colaboração?
Acompanho o Art&Tur há muitos anos mas, na verdade, a primeira vez que me envolvi diretamente foi em 2020, edição em que, na qualidade de PResidente da ABVP – Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, participei na qualidade de orador e apresentador de um bloco de filmes.
Infelizmente, foi um ano atípico, pelo que não pude sentir o calor humano e a troca de experiências que imagino sejam dos pontos fortes do festival, mas destaco a excelente organização, o bom acolhimento da cidade de Viseu e, claro, as pessoas que conheci pessoalmente. Apesar de todas as condicionantes ditadas pela pandemia, foi uma experiência muito enriquecedora, pelo que não penso faltar às próximas edições do festival.
Fale-nos um pouco sobre si e sobre os seus projetos.
Após uma licenciatura na Universidade do Minho, trabalhei na área do multimédia durante mais de dez anos, antes de fundar o Alma de Viajante, que felizmente se tornou num dos mais conceituados blogues de viagens de Portugal.
Sou, acima de tudo apaixonado pelas viagens e pelo mundo da comunicação em geral, incluindo a fotografia, a escrita, o design e a publicidade. Ao longo dos últimos anos tenho percorrido o mundo em busca de histórias e pessoas que dão vida às minhas crónicas, tendo já estado em mais de 100 países e feito dezenas de viagens, incluindo duas voltas ao mundo de longa duração. Mas não deixo por isso de viajar em Portugal, país que considero um dos mais fascinantes do planeta, tendo até um projeto chamado Hotelandia que se dedica a divulgar os (muitos) bons exemplo da hotelaria portuguesa.
Mais recentemente, desenvolvi uma curiosidade especial pelo mundo do vídeo, estando profissionalmente a aperfeiçoar conhecimentos para quem sabe um dia poder comunicar também através deste meio. A ver vamos onde esta nova linguagem me levará…
Filipe Morato Gomes – Alma de Viajante